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Hoje, enquanto almoçava lá para os lados de Aveiro, reparei num homem já com alguma idade, que estava a comer alguns lugares à minha frente. Chamou-me a atenção quando ele tirou debaixo da cadeira um saco de plástico onde tinha um tupperware, no qual colocou o que lhe tinha sobrado da dose do almoço. As doses são baratinhas e bem servidas, provavelmente já levava ali o jantar...
Ver aquilo entristeceu-me e fez-me rir ao mesmo tempo.
Entristeceu-me porque imaginei que o homem pode ser pobre e não ter dinheiro para comprar o jantar, ou então, mais triste ainda, ter a mulher acamada e aqueles restos serem o almoço para a esposa.
Por outro lado fez-me rir, porque se de facto ele fosse assim tão pobre, não iria almoçar a restaurantes, ainda mais tendo a mulher doente em casa...
Mais a sério, será que é esse modo de vida, de amealhar tudo o que se pode, que faz com que seja possível juntar dinheiro, ter dinheiro no banco? Conheço pessoas assim, que ganham 500 e juntam 600, tudo à custa de abdicar de todo e qualquer prazer que a vida dá, pensando apenas em juntar, juntar... Chegarão a velhos com muito dinheiro no banco, morrerão e irão para a cova embrulhados em notas, deixando o dinheiro para os que cá ficam.
São modos de pensar, não sou ninguém para criticar, até porque com o nível salarial do nosso país, só mesmo juntando muito e vivendo pouco é que se torna possível amealhar.
Com os meus 1500 euros de ordenado (sou mesmo mentiroso...) não tenho problemas desses e portanto vou vivendo, gastando e gozando. Apesar de tudo, não tenho vícios e tenho os meus objectivos... Plantar uma árvore (check), ter um filho, comprar uma casa...
Mas onde é que eu já vi isto?
6 comentários:
Concordo inteiramente contigo.
Estavas inspirado ;)
Assinado: Do gajo que trabalha contigo.
Nota: Não sejas mentiroso porque hoje mostraste a tua categoria profissional que estava no teu recibo de vencimento e eu vi bem que tu líquidos sacas 1895,00€
E não viste a linha do subsídio de risco, alimentação, deslocação, etc e tal.
Assim por alto... Mais uns mil e não sei quantos euros.
hiiii! ou seja neste país já és um bom partido!! ;-)
já agora? não pensaste na hipotese de ser os restos para o cão?
Elementar, meu caro Watson, se fossem os restos para o cão, penso que o tupperware era dispensável, sendo os restos directamente depositados no saco plástico...
Obrigado pelo comentário.
Apesar do grande amor q tenho pelo nosso país, acho que somos um país de novos-ricos ou pobres com o rei na barriga que acha que parece mal levar as sobras, talvez pela tradição que havia de levar as ditas para o cão. Mas nos EUA, país de consumistas, parolos e novos-ricos, em qualquer restaurante, por mt caro que seja, embalam a comida que sobra, mesmo que não se peça para levar.
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